Ex-presidente da ALA defende biblioteca como espaço de criação conjunta

O bibliotecário precisa aprender e criar junto com a comunidade onde atua, ajudando a construir o aprendizado de uma vida e uma sociedade mais igualitária, justa e democrática, frisou Barbara Stripling, ex-presidente da American Library Association (ALA) e professora adjunta da Syracuse University, na palestra “Bibliotecas mudam vidas”, nesta quarta-feira (01/10), na UNIRIO. O evento foi realizado pelo Consulado Geral dos Estados Unidos no Rio de Janeiro, o CRB-7 e a UNIRIO.

Segundo ela, o bibliotecário tem a missão de cativar “todos que entram na biblioteca, capacitando-os e dando-lhes oportunidades de descobrir a si mesmos e o mundo”. “A biblioteca precisa ser a ponte, e oferecer caminhos para que os usuários possam enfrentar novos desafios”, ressaltou. Barbara defendeu a necessidade de mudanças que proporcionem “mais benefícios em comum” (para os bibliotecários e a comunidade), e citou o que classifica como “forças de mudanças” – a demografia, as tecnologias, a economia e a cultura.

Barbara defendeu, sobretudo, que a biblioteca seja um espaço de criação conjunta, tornando-se “um ambiente comum de aprendizado, de encontro de ideias”. E citou iniciativas de sucesso em bibliotecas norte-americanas, como o “clube do tricô”, projeto que reúne jovens adeptos das novas tecnologias e mulheres, e centros de desenvolvimento de pequenos negócios, em que empreendedores encontram suporte e apoio para novas empreitadas.

Outra iniciativa destacada por ela enfoca a cultura local, que envolve a digitalização de receitas culinárias e documentos, como mapas e cartas, cedidos pela comunidade, que são, posteriormente, compartilhados. “Descobrimos como era diversificada a comunidade local, composta por pessoas de vários países”, afirmou. “Tivemos acesso a informações que, de outra forma, não teríamos.”

Tendo em vista a forte presença da cultural oral no Brasil, Barbara sugeriu que os bibliotecários incentivem os jovens a captar histórias de seus familiares para compor o acervo das bibliotecas, a fim de disponibilizá-las para a comunidade. Mas advertiu que, para desenvolver iniciativas como essa, “é preciso coragem”. E completou:

– É necessário, também, que o bibliotecário defenda a liberdade de acesso e de ideias e seja contra a censura. Que a biblioteca se torne um local confiável, com serviços dignos, capaz de ensinar habilidades para impulsionar o desenvolvimento da comunidade. A visão compartilhada melhora a vida em comunidade, o que torna a biblioteca um centro de excelência para a discussão de ideias.

Compôs a mesa o presidente do CRB-7, Marcos Miranda; a diretora da Faculdade de Biblioteconomia da UNIRIO, Simone Weitzel; a coordenadora de relações internacionais da UNIRIO, Liliana Vargas; e o adido de imprensa do Consulado Geral dos EUA no Rio de Janeiro, David Fogelsen. Além de docentes, coordenadores de cursos e estudantes, esteve presente a conselheira Elisete Melo.

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